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Recife, Boa Viagem PE, Brazil
Sou psicóloga,me dedico inteiramente a este meu trabalho. Pós graduanda em Saúde Mental com enfoque em álcool e outras drogas. Abordagem Terapia Cognitiva Comportamental. Atendo em Aldeia,Ilha do Leite, Boa Viagem e Gravatá. (81)9963-3553

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Dependência química rompe com os vínculos familiares

O principal motivo verificado nos atendimentos é o rompimento de vínculos familiares, ocasionados em grande parte pela dependência química como o álcool e outras drogas

Nos atendimentos, segundo a psicóloga, verifica-se que os jovens são mais vulneráveis ao uso de drogas como o crack, enquanto entre as pessoas mais velhas é mais comum o uso de álcool. Deste modo, pode-se supor que a possibilidade de jovens romperem com a família e acabarem em situação de rua é maior, observa ela.

Para a assistente social da Casa, Eunice Marçal Fer, o perfil do morador de rua de fato mudou. "Está cada vez mais jovem", observa. Ela fala da dificuldade dessas pessoa no tratamento contra a dependência. Alguns têm várias internações, afirma. "A família quer a pessoa restaurada", destaca. Se a convivência no lar está difícil, pelas ruas sabem onde conseguir o que precisam: se têm fome procuram entidades de apoio ou pedem, revela a assistente social. Eunice conta que a maior parte diz que quer mudar, mas nas ruas perdem a noção de compromissos, horários, esquecem de datas etc.

As tentativas para encaminhá-los a tratamentos e reinserção na família prosseguem, caso manifestem vontade, afirma. "Depende da vontade deles." A psicóloga da Casa conta que as chances de reestabelecimento de vínculos familiares e comunitários, bem como de reinserção no mercado de trabalho existem. "Mas de que forma isso poderá acontecer depende de cada caso", finaliza. (T.S.)

Fonte: Cruzeiro do Sul

domingo, 16 de outubro de 2011

Para 83% dos que fumam, câncer é lenda

Ao receber o diagnóstico de câncer de pulmão, pacientes costumam associar a doença ao tabagismo

Mas, apesar de a grande maioria ser fumante ou ex-fumante quando recebe a notícia, muitos (83%) afirmam nunca ter se imaginado com o problema. O tipo de tumor que mais mata no Brasil é também o que pode ser evitado mais facilmente.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 90% dos casos estão relacionados ao fumo. "Surpreendentemente, e apesar de saber que a doença é relacionada ao tabagismo, uma parcela não para de fumar quando descobre o câncer no pulmão", observa o oncologista Gilberto de Castro, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Quem larga o cigarro nessa fase, diz ele, tem melhor resposta ao tratamento em comparação aos que continuam fumando.

Pesquisa recente feita pelo Instituto Ipsos sob encomenda da empresa farmacêutica Pfizer traçou o perfil dos pacientes de câncer de pulmão e o impacto trazido pela doença - que provocou 20.622 mortes em 2008, segundo o mais recente levantamento do Inca.

O resultado das 201 entrevistas feitas em seis regiões do País para a pesquisa Câncer de Pulmão: a Visão dos Pacientes mostrou que, além de impor uma rotina rígida de tratamento, a doença causa mudanças no relacionamento com família e amigos, aumenta a religiosidade e muda completamente os hábitos do doente.

Se, antes do diagnóstico, 75% apontavam a família como o principal grupo de sociabilidade, depois dele essa parcela passa a ser de 81%. Apenas 45% dos pacientes alegam poder contar com os amigos durante o tratamento. Enquanto isso, o apoio irrestrito da família é mencionado por 96%.

Para o oncologista Artur Katz, do Hospital Sírio-Libanês, que coordenou a pesquisa, a mudança é observada com frequência. "O paciente passa a ter vários tipos de compromissos relacionados à doença, como exames e quimioterapia, e os amigos não conseguem acompanhá-lo", diz.

Em parte dos casos, o abalo emocional de receber o diagnóstico leva o paciente a "procurar apoio em todos os níveis", segundo explica o médico Jefferson Luiz Gross, do Hospital A.C.Camargo. "Quem não tinha religião, acaba se agarrando a algum apoio espiritual", comenta.

Segundo a pesquisa, antes de saber da doença, 79% dos pacientes afirmavam ter religião, parcela que pulou para 88% após o diagnóstico. Também foi constatado um aumento na frequência a cultos religiosos. O aposentado Alberto Alvarez, de 77 anos, encontrou na espiritualidade forças para os momentos difíceis ao saber que tinha câncer de pulmão, há 10 anos. "Quando a gente se vê numa situação assim, corre pra todos os lados", diz o católico com simpatia pelo espiritismo, hoje livre da doença.

‘Na minha cabeça, fumar era errado’

Em 1951, quando Alberto Alvarez tinha 17 anos, o cigarro era associado apenas ao glamour e à liberdade. "Naquele tempo, a gente ia ao cinema, assistia àqueles filmes e queria imitar os artistas", conta o aposentado. Na época, a população ainda não sabia que o hábito de fumar estava relacionado a vários tipos de câncer e a doenças cardiovasculares e respiratórias. Também não existiam ambientes livres de tabaco nem imagens desconcertantes na embalagem do cigarro.

Depois de 48 anos, Alvarez reconheceu que era hora de parar. Escolheu uma data emblemática - 9/9/1999 - e fez questão de não avisar a família, para o caso de a empreitada falhar. "Eu tinha na cabeça que fumar era errado. Quando encontrava com um amigo que tinha parado, procurava saber como ele fez."

Às vésperas do século 21, o modo como as pessoas encaravam o fumo também havia mudado. Alvarez conta que ficava triste quando, na fila do banco ou na rua, alguém olhava feio no momento em que ele acendia um cigarro.

Um ano e meio depois de ter abandonado definitivamente o vício, veio o diagnóstico em um check up de rotina: câncer de pulmão. Segundo especialistas, os ex-fumantes só se igualam aos que nunca fumaram no risco de desenvolver câncer 15 anos depois do abandono do cigarro.

Alvarez passou por uma operação complexa e teve de ficar internado durante cinco meses. Em vários momentos, a família foi avisada de que não havia muito mais a ser feito. Hoje, aos 77 anos, ele se considera feliz por estar curado.

Para seu médico, Jefferson Luiz Gross, do Hospital A.C.Camargo, a força de vontade e a cooperação foram essenciais. "A condição emocional é fundamental na evolução do tratamento. Se o paciente se deprime e desiste, ele tende a não resistir." Alvarez conta que não chegou a ficar triste quando recebeu a notícia da doença. "Foi a forma como o médico falou. Ele soube demonstrar o que estava acontecendo, relata, afirmando ter conseguido passar por tudo com tranquilidade porque confiava na equipe que o atendia.

Efeito do cigarro só aparece a longo prazo, diz médico

As ações antitabagistas - que ajudaram a reduzir em quase 50% a parcela de fumantes nas últimas duas décadas no Brasil - devem provocar nos próximos 10 anos um impacto no número de diagnósticos de câncer de pulmão. A previsão é do pneumologista Ricardo Meirelles, da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer (Inca). "Acreditamos que esse impacto deva acontecer em um prazo mais longo porque o câncer de pulmão é uma doença lenta. Quem começa a fumar agora, vai ter mais riscos em 25 ou 30 anos."

Para Meirelles, as próximas estatísticas devem mostrar estabilização e queda do número de casos. Mas isso ocorrerá primeiro entre os homens. "Notamos que em alguns países a curva ascendente de câncer de pulmão entre os homens está estabilizando e a das mulheres crescendo. Elas começaram a fumar mais tarde." A estimativa de novos casos de câncer de pulmão para este ano no País é de 17, 8 mil entre os homens e 9.830 entre as mulheres.


Fonte: O Estado de S. Paulo

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mistura de crack com outras drogas aumenta 504% em Ribeirão Preto

Depois de passar 20 anos viciado em "rebite" (metanfetamina), o ex-caminhoneiro Sebastião (nome fictício), 53, conheceu o crack por meio de um companheiro de bar.

Passou a beber ainda mais. Hoje faz terapia para se livrar da dependência do crack e também do álcool.

Casos como o de Sebastião mostram que o número de usuários de crack que também utilizam álcool e outras drogas atendidos no Caps-AD de Ribeirão Preto cresceu cinco vezes mais desde que o centro foi criado, em 1996.

Naquele ano, 27 pessoas que misturavam o crack com álcool ou outros entorpecentes buscaram o centro. Em 2010, foram 163 usuários de vícios combinados.

O fenômeno não é local. O uso de crack com álcool ou outras drogas começou a crescer há oito anos na capital e no Rio de Janeiro.

E a combinação pode tornar o efeito ainda mais devastador do que o crack sozinho, de acordo com a docente da Unifesp Solange Aparecida Nappo (leia texto abaixo).

EFEITOS DEVASTADORES

A mistura de drogas já é um problema, mas a combinação entre crack e álcool é uma das mais graves, segundo Solange Aparecida Nappo, docente da Unifesp e pesquisadora do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas).

"No fim das contas, o usuário associa duas dependências graves, que são muito mais violentas e danosas do que só o crack."

A busca por outras drogas é um refúgio do usuário. De acordo com a especialista, o viciado logo percebe como o crack o deixa exposto ao risco.

Dizemos que o usuário de crack não morre de overdose, mas de tiro. Quer dizer, fica exposto à violência."

Segundo a coordenadora do Caps-AD de Ribeirão, Gisela Oliveira Marchini, a ordem das substâncias nem sempre é a mesma. É comum usuários de outras drogas, como o álcool, conhecerem depois o crack.

"Como o efeito do crack é rápido, quando associado com outra droga, ele se prolonga mais", diz a terapeuta ocupacional do Caps-AD Gisela Amorim Marques.

O ex-caminhoneiro Sebastião passa hoje a maior parte do seu tempo no Caps-AD. De segunda a sexta, das 9h às 16h, vê filmes e participa de oficinas. "Ocupa a cabeça da gente", afirma.

O vício no crack começou aos 42, associado ao álcool. Somente decidiu buscar auxílio em janeiro de 2009, quando acordou amarrado a uma maca do HC, após ser encontrado desmaiado perto de uma boca de fumo.

Ele diz ainda sofrer recaídas, mas que está há quatro meses sem usar drogas. "Estou mais controlado hoje. Se eu continuar na droga, é cemitério mais cedo."
Fonte: Folha de São Paulo

Maconha aumenta risco de depressão, diz pesquisa

Probabilidade de desenvolver a doença é agravada com o consumo da droga por jovens vulneráveis a quadros depressivos
Quem fuma maconha corre o risco de desenvolver distúrbios graves, como esquizofrenia e psicose. Uma nova pesquisa feita na Holanda adiciona mais um problema causado pela droga. De acordo com um estudo feito no Instituto de Ciência Comportamental da Universidade Radboud de Nijmegen, na Holanda, a droga aumenta o risco de desenvolver sintomas depressivos em jovens geneticamente vulneráveis. A pesquisa foi publicada na versão online do Addiction Biology, periódico científico da Sociedade Britânica para o Estudo da Dependência.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Testing bidirectional effects between cannabis use and depressive symptoms: moderation by the serotonin transporter gene
Onde foi divulgada: revista Addiction Biology Online
Quem fez: Roy Otten
Instituição: Instituto de Ciência Comportamental da Universidade Radboud de Nijmegen, na Holanda
Dados de amostragem: 310 adolescentes, por 4 anos
Resultado: O estudo mostrou que o consumo de maconha aumentou os sintomas depressivos nos adolescentes geneticamente vulneráveis.
A maioria da população é vulnerável. Segundo o estudo, duas em cada três pessoas apresentam uma variação no gene transportador de serotonina, um neurotransmissor também conhecido como 5-HT. Tal variante pode ser responsável por tornar uma pessoa mais sensível a desenvolver depressão.
A pesquisa recolheu, durante quatro anos, informações de 310 adolescentes. A cada ano, os jovens responderam questões sobre assuntos como comportamento e sintomas de depressão. A variação do gene da serotonina foi determinante para os resultados: o consumo de maconha aumentou os sintomas depressivos nos adolescentes que apresentavam tal variante.
"Esse efeito da droga é forte, mesmo se levarmos em conta uma série de outras variantes que causam a depressão, como uso de álcool, personalidade e situação socioeconômica. Algumas pessoas podem pensar que jovens com disposição a depressão comecem a consumir maconha como uma forma de automedicação e que a presença de sintomas depressivos seja o fator que leve ao consumo da droga. Entretanto, nesse estudo a longo prazo, mostramos que não é o caso”, diz Roy Otten, principal autor da pesquisa.
Em estudo feito pelo IBGE em 2009, 8,7% dos estudantes entre 13 e 15 anos disseram já haver experimentado alguma droga ilícita. Na Holanda, onde foi feita essa pesquisa, o uso de maconha entre jovens é expressivo: 12% dos adolescentes de 16 anos disseram ter usado maconha ao longo do mês anterior. Além de um pior desempenho escolar, o uso da droga pode aumentar o risco de desenvolver esquizofrenia e psicose.
Para os pesquisadores, conhecer os efeitos negativos do consumo de maconha é importante, pois, para um grande número de pessoas, entre outros prejuízos, seu uso pode aumentar o risco de depressão a longo prazo.
Fonte: Veja

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Álcool é mais nocivo que LSD e maconha, diz estudo

A cocaína ficou em segundo lugar no ranking de drogas perigosas
O álcool é mais perigoso do que drogas como maconha, LSD e ecstasy, de acordo com um estudo publicado na última edição da revista médica especializada The Lancet.
Médicos da Universidade de Bristol e do Conselho de Pesquisa Médica da Grã-Gretanha desenvolveram um novo sistema de classificação que, segundo eles, reflete melhor os riscos representados por cada droga.
O método usado atualmente na Grã-Bretanha "não funciona" e deveria ser mudado, de acordo com os especialistas.
A equipe avaliou o risco de 20 drogas em nove categorias, que foram então combinadas para produzir uma avaliação geral de risco.
Para melhor comparar os riscos, foram incluídas cinco drogas legais, entre elas, o tabaco e o álcool.
  
As mais perigosas
1. Heroína
2. Cocaína
3. Barbitúricos
4. Metadona 'de rua'
5. Álcool
6. Quetamina
7. Benzodiazepinas (calmantes)
8. Anfetaminas
9. Tabaco
10. Buprenorfina (derivado do ópio)
O álcool ficou em quinto lugar no novo ranking. A droga mais perigosa, segundo os especialistas, é a heroína, seguida da cocaína e de barbitúricos.
Erva
O ecstasy ficou em 18º lugar, enquanto a maconha foi considerada a 11ª droga mais perigosa – atrás do tabaco, que ficou em nono.
Os pesquisadores dizem que o atual sistema, que separa as drogas em três classes – A, B e C –, é muito arbitrário e não dá informações específicas ou os riscos relativos de cada droga.
O novo ranking deve ser recomendado pelos especialisas ao governo britânico no segundo semestre.
Uma comissão também deve realizar uma ampla revisão da política sobre drogas do governo nos próximos três anos.
A principal diferença no novo ranking é que ele avalia o risco que que as drogas representam para o indivíduo, para a sociedade e se provocam dependência.
Para os cientistas, o fato de 500 mil pessoas na Grã-Bretanha tomarem ecstasy todo o fim de semana prova a necessidade de uma reforma na legislação sobre drogas no país.
"O sistema atual não funciona. Vamos tratas as pessoas como adultos. Temos que ter um debate muito mais pensado sobre como lidar com drogas perigosas", afirmou o professor David Nutt, da Universidade de Bristol.
O especialista ressaltou ainda que pelo menos uma pessoa por semana morre na Grã-Bretanha por consumo excessivo de álcool, enquanto menos de dez mortes por ano são registradas por consumo de ecstasy.
Fonte:BBC Brasil

Rigidez pode frear dano do alcoolismo

Um plano para combater o álcool de frente, sem desvios. Esse foi o resultado da pesquisa Políticas Públicas para o Álcool, realizada pelo psiquiatra Ronaldo Laranjeira. Um dos maiores estudiosos sobre dependência química, ele identificou, com auxílio do pesquisador Marcos Romano, quais são as medidas que precisam ser adotadas pelo poder público e sociedade para frear as terríveis consequências do alcoolismo.
Entre os pontos previstos, está a obrigatoriedade de licença para comercializar bebidas alcoólicas, controle de dias e horários para a venda, maior fiscalização e punições severas para quem não respeitar as leis e o aumento do preço dos produtos.

Essas formas de prevenção, aliadas com políticas de redução de problemas específicos, como beber e dirigir e beber abaixo da idade mínima, podem criar um clima para a redução no número de dependente alcoólico e de pessoas atingidas indiretamente.
Os inúmeros dependentes ouvidos pelo Diário informam que a facilidade e o preço baixo são dois dos principais motivos para abusar. "Não tem jeito, para beber não precisa fazer muito. Em qualquer lugar a gente toma uma cachaça por R$ 1", disse André, 27 anos, que passou 17 anos usando diversas drogas em conjunto com o álcool.
Segundo Laranjeira, aumentar o preço é uma das políticas de redução que poderá trazer bons resultados, como na Austrália, Bélgica, Canadá, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos. Entre as conclusões, está a lei de mercado, se o preço do produto aumenta, o consumo cai.
As experiências relatadas pelos pesquisadores têm como base estudos produzidos por outras nações e conhecimentos próprios. A tese até prevê um embate com a indústria de bebidas e dos proprietários de bares e restaurantes, que provavelmente irão se opor às restrições.
DANOS
Os números apresentados mostram que 15% da população masculina adulta bebe de forma abusiva, metade dos acidentes automobilísticos é devida ao abuso de álcool. Na área criminal, mais da metade dos homicídios está relacionado ao problema. Na esfera médica, 20% das internações em clínica geral e 50% das internações masculinas psiquiátricas são motivadas pelo consumo de bebidas alcoólicas.
"A sociedade brasileira está pagando um alto preço pela falta de proteção com relação ao álcool", descreve o psiquiatra Ronaldo Laranjeira.
Outro fato de destaque na pesquisa é o papel que pode ser exercido com a mídia. Atualmente, a publicidade, mesmo com as normas impostas pelos governos, ainda utilizam personalidades para promover o consumo. A proposta de Laranjeira é que a campanhas publicitárias e educativas sejam feitas, mas que essas atitudes não são satisfatórias, e é necessário criar um clima de divulgação na sustentação das políticas públicas relacionadas ao álcool junto à imprensa, chamado de marketing social e Media Advocacy (apoio da mídia).

Combate ao álcool ajudaria a diminuir acidentes e violência
Um dos principais objetivos do estudo é implementar programa que permita redução nos números de assaltos, homicídios, suicídios, violência doméstica, agressões físicas, acidentes automobilísticos, internações e idas nas emergências hospitalares devidos às doenças causadas pelo álcool.
Na outra ponta, está a tentativa de criar controle para minimizar problemas em populações especificas, como adolescentes e idosos. Uma das ações é encontrar forma de reduzir a chance dos jovens conseguirem comprar bebidas alcoólicas. O Diário revelou que os adolescentes não encontram qualquer tipo de dificuldade para adquirir bebidas em postos de combustíveis e em redes de supermercados.
Em outra pesquisa, Laranjeira informa que a bebida alcoólica é a droga mais consumida pelos adolescentes brasileiros.
Fonte:  Diário do Grande ABC

sábado, 8 de outubro de 2011

2014, a Copa do governo bêbado

Dilma foi à Fifa e acabou com as dúvidas sobre a Copa do Mundo: chova ou faça sol, está garantida ao Brasil uma boa ressaca em 2014.
Essa perspectiva segura foi muito bem recebida pelos brasileiros, um povo cordial que jamais renuncia à alegria e ao oba-oba, mesmo quando está sendo assaltado.
A preparação do país para a Copa vai muito bem, obrigado. As obras faraônicas para os estádios seguem as regras mais estritas das negociatas, devidamente avalizadas pelo dinheiro do contribuinte.
A grande novidade é que o torcedor brazuca, ao entrar no Maracanã ou no Itaquerão, vai poder encher a cara – e esquecer os quase 2 bilhões de reais que esses novos templos da esperteza lhes custaram.
Foi mesmo providencial o anúncio do ministro dos Esportes, Orlando Silva, sobre a revogação da Lei Seca nos estádios brasileiros durante a Copa. Ninguém suportaria assistir careta a tanto gol contra.
Tome mais uma dose e alcance a lógica do ministro:
A proibição de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, determinada pelo Estatuto do Torcedor contra a epidemia de violência nas arquibancadas e nas ruas, pode ser suspensa porque “a Copa é especial”.
Orlando Silva explicou que essa regra de civilidade e segurança, há anos em vigor no Brasil, pode ser revista por causa dos “compromissos da FIFA com os patrocinadores”.
O ministro tem razão. O direito brasileiro termina onde começa o faturamento da Fifa.
Esse papo de soberania nacional soa bem em época de eleição – mas em época de Copa do Mundo não tem nada a ver. A Copa é especial.
Os que acham absurdo sujeitar as leis do país a uma marca de cerveja estão reclamando de barriga cheia. Se o patrocinador da Fifa fosse a Taurus, o ministro Orlando Silva também examinaria “com cuidado e naturalidade” a entrada de torcedores armados nos estádios.
E que não venham os estudantes protestar contra o roubo de seu direito à meia entrada na Copa. O governo brasileiro pode ser frouxo, mas felizmente também é incompetente: na falta de um sistema de transportes decente, decretará feriado nos dias dos jogos.
Os estudantes não têm do que reclamar.
Dilma e Orlando Silva poderiam estar matando, poderiam estar roubando, mas estão só rasgando as leis. Viva o governo ébrio.
 

Fonte: Época 


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Consumo de crack no Brasil não é epidemia, diz ministro da saúde

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o consumo de crack no Brasil não é uma epidemia. Padilha participou de reunião entre membros do CNS (Conselho Nacional de Saúde), nesta quarta-feira, em Brasília.
Não houve consenso entre os conselheiros do CNS quanto aos requisitos técnicos que envolvem a questão.
De acordo com o coordenador de doenças mentais do ministério da Saúde, Roberto Tykanori, não há uma série histórica para que o aumento do uso de crack seja considerado epidêmico.
Segundo os membros presentes na reunião, há dados que apontam para a existência de um surto.
"Não acho que haja uma epidemia de crack. O grande vilão é o álcool. Ainda assim, nós da saúde não podemos esperar que a questão se torne uma epidemia para agirmos. É uma nova realidade e um desafio ao campo da saúde pública", disse Padilha.
As discussões sobre a Política Nacional de Combate ao Álcool e outras Drogas abriram a 226ª Reunião Ordinária do CNS, ensejada por declaração feita pela presidente Dilma Roussef, no 7 de setembro, a respeito da aprovação da política em breve.
Técnicos do setor da saúde mental declararam sentir-se excluídos do debate e disseram que o plano não pode ser publicado sem que haja ampla participação de diversos setores da sociedade.
Ao final do debate de abertura da reunião do CNS, será aprovada resolução sobre cinco principais pontos: a Política Nacional de Combate ao Álcool e outras Drogas, a Política de Saúde Mental, a questão do recolhimento compulsório, o debate sobre experiências com comunidades terapêuticas e a necessidade de debate entre comissões e conselhos específicos.
RECOLHIMENTO COMPULSÓRIO
Maria Ermínia Ciliberti, do CFP (Conselho Federal de Psicologia), condenou o recolhimento compulsório de usuários de crack --como acontece no Rio de Janeiro, por iniciativa da SMAS (Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro).
A declaração de Ciliberti foi consensual entre os membros do CNS, que ainda mencionaram a recusa da ideia de "higienização" das ruas.
"Não se pode ir catando crianças nas ruas do Rio à 'baciada' e não tratá-las como se não fossem únicas. Não é verdade que a única solução é a internação. Senão não haveria pessoas com 40, 50 internações", declarou Ciliberti.
O Ministério da Saúde afirmou ser contrário ao recolhimento compulsório, por meio de diferenciação entre o "recolhimento" e as "internações" --nas quais não há reservas do órgão.
"Existe uma confusão entre esses nomes. O recolhimento compulsório não está na esfera da saúde. O Estado atua, mediante decisão prévia, sobre a restrição de certos grupos. As internações compulsórias [que são subordinadas a laudos médicos] são feitas de acordo com a lei, que prevê tal atuação. O ministério não tem a ver com o recolhimento e é contra a prática", declarou Roberto Tykanori.
Apesar da condenação, os usuários de drogas retidos por meio de recolhimento compulsório poderão ser atendidos por instituições do SUS (Sistema Único de Saúde), caso passem por procedimento médico posterior.
COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
O Ministério da Saúde informou estar sendo elaborada uma portaria para a regulamentação de comunidades terapêuticas --centros de tratamento criticados por especialistas, que as consideram uma volta dos antigos "manicômios", extintos pela implementação da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial (Lei nº 10.216/2001).
O conselho de psicologia apresentou na reunião o documento "13 razões para defender uma política para usuários de crack, álcool e outras drogas sem exclusão" e citou o caso da morte Damião Ximenes Lopes, em 1999, em uma "casa de repouso", no Ceará.
Em 2006, o Brasil foi condenado pelo caso na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) por violar o direito à vida, a integridade física, as garantias judiciais e a proteção judicial.
Tykanori, coordenador de doenças mentais do ministério, afirmou que o Estado precisa institucionalizar tais comunidades e que não haverá retrocesso em relação aos marcos legais já consolidados.
"É um setor que está desregulado e é um campo em que há interesse da saúde e cuja atuação pode ser incluída na saúde. É uma situação de limbo institucional. Existem bons exemplos, assim como exemplos abomináveis", disse.
Ele declarou que para estarem de acordo com a política do ministério, as comunidades deverão cumprir políticas e pré-requisitos do SUS.
O ministério não tem dados sobre quantas comunidades poderiam ou teriam o interesse em ser financiadas pelo sistema.
Fonte: Folha.com

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Debate aponta falhas no atendimento a dependentes químicos

Debatedores apontaram nesta terça-feira, em audiência da Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas, falhas no tratamento oferecido pelas operadoras de planos de saúde aos dependentes

Os contratos assinados após 1998 devem garantir aos usuários tratamento contra todas as doenças previstas na classificação internacional, inclusive contra a dependência química. Desde 2008, o tratamento deixou de ser apenas médico e passou a incluir outros profissionais, como psicólogos e nutricionistas.

Porém, o deputado Aureo (PRTB-RJ), autor do requerimento de realização da audiência, afirmou que, apesar dessa garantia legal, não vem sendo oferecido o tratamento adequado. “O plano de saúde só atende na emergência, quando o dependente químico está com hemorragia”, afirmou. Segundo ele, a luta é para que o cidadão possa se internar numa clínica e ter o tratamento custeado pelo plano.

O procurador da República Fabiano Moraes, coordenador de um grupo de trabalho sobre o tema, afirmou que os planos de saúde oferecem uma rede muito pequena de atendimento e agem como se não fosse deles a responsabilidade por esse tipo de tratamento, o que considera equivocado.

Queixas

De acordo com Martha de Oliveira, representante da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que fiscaliza as empresas do setor, o órgão recebe poucas reclamações a respeito desse problema. Até agosto deste ano, das quase 20 mil queixas registradas apenas 60 tratavam da área de saúde mental, que inlcui a dependência química.

Martha de Oliveira concordou que a rede de atendimento oferecida pelos planos de saúde ainda é pequena. Uma das razões é a falta, no mercado, de clínicas e profissionais interessados em atuar na área de saúde mental. Sem a oferta de serviço, as operadoras teriam dificuldade para contratar. Mesmo assim, Martha de Oliveira disse que a maior parte dos planos tem uma rede credenciada. “Caso não haja, é um erro que deve ser denunciado, e a operadora tem de reembolsar o paciente", informou.


Fonte: Agência Câmara