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Sou psicóloga,me dedico inteiramente a este meu trabalho. Pós graduanda em Saúde Mental com enfoque em álcool e outras drogas. Abordagem Terapia Cognitiva Comportamental. Atendo em Aldeia,Ilha do Leite, Boa Viagem e Gravatá. (81)9963-3553

domingo, 8 de maio de 2011

Absinto: "Fada verde" de novo à venda em França

Cem anos depois de o consumo e a produção terem sido proibidos devido ao elevado teor de álcool e a supostos efeitos alucinógenos, o Absinto, também conhecido por "fada verde", bebida favorita de artistas, volta a ser vendido em França.
Daniel Ribeiro, correspondente em Paris (www.expresso.pt)
O absinto foi a bebida popular, na moda, na «Belle Époque»
Por uma questão de dinheiro. Os argumentos que conduziram à proibição da produção e consumo de Absinto em França, em 1915, caíram por terra quando a Suíça pretendeu, recentemente, criar uma região de denominação protegida no cantão de Neuchâtel

Os gigantes franceses da produção e distribuição de álcool, designadamente os dos populares "pastis" das marcas "Ricard" e "51", à base de anis, mobilizaram os lóbis e o Governo de Paris cedeu.

O absinto ("fada verde"), bebida predilecta de escritores e pintores como Baudelaire, Van Gogh, Óscar Wilde, Verlaine, Toulouse-Lautrec, Degas, Manet ou Rimbaud vai regressar brevemente aos bistrots (tabernas) franceses.

"Bebida poética"

Com teores de álcool que podem atingir 85/90°, o Absinto é considerado pelos artistas como uma "bebida poética", com efeitos semelhantes ao de um belo pôr-do-sol (comparação atribuída a Óscar Wilde, que também terá sido o primeiro a chamá-la "fada verde").

No início do século passado, era a mais popular bebida alcoólica de França. Mais barata do que o vinho e a cerveja, era consumida abundantemente por todo o lado.

Depois da proibição, foi substituída pelo "pastis" (40°) que toda a gente bebe igualmente em quantidades incríveis, em França, como aperitivo, sobretudo ao fim da manhã e do dia.

Moda na "Belle Époque"

O Absinto começa por fascinar pelo cerimonial tradicional que acompanha o seu consumo.

É bebido - continuou a sê-lo clandestinamente durante a proibição - depois de ser misturado com água gelada. Mas a água deve misturar-se ao líquido verde caindo gota a gota no copo, depois de diluir um cubo de açúcar através uma colher furada. A mistura provoca então reflexos sucessivos de diversos coloridos azulados no líquido verde antes de o conjunto se transformar num branco leitoso.

Nos séculos XIX e XX, alguns consumidores acrescentavam também láudano à mistura, uma substância opiácea que lhe aumentava os eflúvios inebriantes.

Foi a bebida popular, na moda, na "Belle Époque", em França, sobretudo em Paris. Artistas, como Picasso, testemunharam-no em pinturas.

Droga maldita de massas

No entanto, muita gente bebia - e bebe - Absinto puro em muito pequenas quantidades, servido geralmente em minúsculos cálices de pé alto.

Extasiante, o Absinto transformou-se numa bebida mítica. Mas, considerada uma perigosa droga de massas, foi qualificada como uma bebida amaldiçoada e transformou-se mesmo numa lenda das substâncias alucinógenas ao alcance de toda a gente.

Terá sido esta "fada verde" que levou Van Gogh a cortar uma orelha e a agredir Gauguin ou que conduziu Verlaine a disparar contra Rimbaud. Foi associada ao alcoolismo, à loucura e à criminalidade e foi, alegadamente por esses motivos, proibida.

Medicamento

O consumo de Absinto era até agora permitido em alguns países, como em Portugal, mas com graduação alcoólica e quantidade de tujona, principal componente da bebida, limitadas.

Destilado a partir de uma erva (Artemisia absinthium), o Absinto foi utilizado inicialmente, no fim do século XVIII, como medicamento inventado por Pierre Ordinaire, um médico francês que vivia na Suíça.
Fonte: UNIAD

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