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Recife, Boa Viagem PE, Brazil
Sou psicóloga,me dedico inteiramente a este meu trabalho. Pós graduanda em Saúde Mental com enfoque em álcool e outras drogas. Abordagem Terapia Cognitiva Comportamental. Atendo em Aldeia,Ilha do Leite, Boa Viagem e Gravatá. (81)9963-3553

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Quem cuida também pode adoecer

A ´Fadiga por Compaixão` é uma síndrome caracterizada por uma fadiga física e emocional vivida pelos ´Profissionais do Cuidado`, tais como médicos, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas, assistentes sociais e outros. Estes, além de terem de lidar com o estresse, com as suas insatisfações, seus sentimentos pessoais frente ao trabalho e os conflitos normais oriundos dele, ainda se veem frequentemente expostos a eventos como o sofrimento físico ou emocional e o trauma daqueles que precisam de seus cuidados, assim como de sua sensibilidade para poderem lidar o mais humanamente possível com eles.

Testemunhar o sofrimento ou a dor de alguém pode ser tão doloroso e angustiante quanto viver o mesmo sofrimento ou a mesma dor em nosso próprio organismo, sobretudo para os mais propensos a se sensibilizar com os sentimentos alheios, e por esse mesmo motivo escolhem a profissão de cuidadores, a fim de servirem melhor a outros seres humanos. Essa empatia, esse envolvimento, essa vontade de servir, assim como a compaixão despertada em sua pessoa pelo outro a quem cuida, contudo, pode gerar a dor de cuidar.

Acrescenta-se também que os profissionais do cuidado (incluem-se aqueles que trabalham em atendimentos emergenciais tais como bombeiros e socorristas) podem sentir-se ainda vivendo a dor de alguns ou de tantos quantos eles cuidam ao mesmo tempo. Sua compaixão, por exposição constante ao trabalho frente a eventos dolorosos ou traumáticos, pode trazer-lhes sintomas psicológicos no próprio corpo, levando-o a uma fadiga, como resíduo de sua compaixão, devido ao constante contato com o estresse provocado por ela. É quando, então, que quem cuida também pode adoecer.

Ter piedade, costuma ser igualmente descrito como sendo sinônimo de compaixão, já que aquele termo traduz-se como o amolecimento do nosso egoísmo, pena dos males alheios, dó e comiseração, embora também signifique amor e respeito às coisas religiosas ou devoção. Todavia, a compaixão frequentemente combina-se a uma ajuda àqueles pelos quais se compadece, em forma de uma ação efetiva.

Segundo alguns autores, a ´Fadiga por Compaixão` seria diferente do ´Esgotamento`, porém poderia provocá-lo. A primeira reflete-se através de sintomas psicossomáticos, ou seja, sintomas emocionais que se expressam no corpo, engendradas a partir das ações e do investimento de energia de vida na vida profissional dos cuidadores. Daí a necessidade de o profissional cuidador poder também, além de cuidar dos outros, cuidar bem do seu próprio corpo físico e de sua mente, evitando os riscos de experimentar esses sintomas ou mesmo de comprometerem sua saúde mental.

O cuidado com a vida espiritual também pode ajudar muito para que possam sentir suas energias reencontrarem equilíbrio, minimizando os efeitos maléficos dos sintomas da Fadiga por Compaixão no corpo, já que essa pode causar depressão, exaustão, declínio nas habilidades de experimentar alegria, assim como de sentir preocupação pelos outros.


Fonte: Jornal Diário de Pernambuco de 01/04/2011

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